domingo, 28 de agosto de 2016

Gaivotas na areia...

Cheirando à areia e sal, 
sou gaivota a sobrevoar o mar.
Sou mistério neste vazio,
Sou o tranquilo vôo das aves,
rumo à linha oscilante, mar e maresia. 
Enquanto o vento no areal vai passando, 
como as marcas desenhadas na areia,
somem as palavras da lembrança, 
como rastros na maré cheia.
Íntima idéia, clara no pensamento,
que se perde em devaneios, e
na latência deste silêncio, 
me alimento da poesia alheia.

1 comentário:

Unknown disse...

...Passeamos por este mar em pregas.
Como se atravessássemos a saia do mundo
Em busca do que sempre a saia esconde, e mostra,
O seu umbigo cheio de algas, o seu odor.

E nestas experiências empíricas nos perdemos,
Caminhando, caminhando, enquanto os defuntos cantam,
E o mar ondula como uma cortina, como uma toalha
Nunca lisa, enrugada sobre o passado, num sentimento
De que nada está jamais pronto, reencontrado, completo,
E apenas nos ficam imagens e sons, o coração trespassado
Por cruzes, as mãos incapazes de alisar tudo.

Vitor O. Jorge💜