"Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar!Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou nesse mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada
E as torres de marfím que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada
Se eu sempre fui assim este Mar morto:
Mar sem marés,sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!
Caravelas doiradas a bailar...
Aí quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida,e não voltaram!..."
Florbela Espanca
2 comentários:
Que foto maravilhosa. Esse texto me fez recordar "Canoas do Tejo".
Tão pobres somos que as mesmas palavras nos servem para exprimir a mentira e a verdade
Florbela Espanca 👄 🌹
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